No discurso atualizado em frases a língua se forma e se configura

Publicado: setembro 11, 2013 em Linguistas
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Nihil est in lingua quod non prius fuerit in oratione, assim Émile Benveniste anuncia o começo da linguagem, cujo significado aproxima-se do que se veicula no título deste artigo.

Apesar do nome de origem francesa, Benveniste era um sujeito de origem síria, batizado com o nome Ezra Benveniste em 1902. No ano de 1924, após sua naturalização como francês, incorporou o Émile.  Foi aluno de Antoine Meillet, um dos discípulos de  Saussure, e entrou como professor no Collége de France no final da década de 30.

Seus trabalhos de especialista em indo-europeu e comparatista de línguas obtiveram reconhecimento depois que Problemas de Linguística Geral I  (1966) foi publicado. Atribui-se a seus estudos o começo da Linguística da Enunciação e de discussões acerca da subjetividade e intersubjetividade, dentre outras questões.  Em 1976 ocorreu a morte do linguista.

O site Benveniste Online, um projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), aponta na produção benvenistiana pelo menos três maneiras de tratar da linguagem:

  1. pelas “reflexões linguísticas stricto sensu, incluindo as comparatistas e, em especial, as referências à obra de Ferdinand de Saussure” (abordagem epistemológica);
  2. pelo “fazer interdisciplinar das ciências do homem em que a linguagem tem papel fundamental. É o diálogo teórico posto em prática” (abordagem interdisciplinar);
  3. pela “prospecção de uma NOVA Linguística: a Linguística da Enunciação” (abordagem enunciativa).

Suas obras principais são:

Problèmes de linguistique générale, 1, Paris, Gallimard, 1966. (Edição brasileira: Problemas de linguística geral I, Tradução: Maria da Glória Novak e Maria Luisa Néri, 1995.).

Problèmes de linguistique générale, 2, Paris, Gallimard, 1974. (Edição brasileira: Problemas de Linguística Geral II. Tradução: Eduardo Guimarães et al., 1989.).

Releituras de Benveniste:

BARBISAN, L. B. e FLORES, V. N. Sobre Saussure, Benveniste e outras histórias da linguística. In: NORMAND, C. Convite à linguística. Trad. de Cristina de Campos Velho Birck et al. São Paulo: Contexto, 2009. p. 7-22.

FLORES, V. N. Por que gosto de Benveniste? (Um ensaio sobre a singularidade do homem na língua). Letras de Hoje. Porto A|legre, v. 39, n. 4, p. 217-230, dez. 2004.

FLORES, V. N. A enunciação e os níveis da análise linguística.  In: SITED- Seminário Internacional de Texto, Enunciação e Discurso, 2011, Porto Alegre. Anais do SITED– Seminário Internacional de Texto, Enunciação e Discurso. Porto Alegre: Edipucrs, 2011. v. 1. p. 396-402.

NORMAND, C. Leituras de Benveniste: algumas variantes sobre um itinerário demarcado. Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 44, n. 1, p. 12-19, jan./mar. 2009.

TROIS, J. F. M. O “retorno a Saussure” de Benveniste: a língua como sistema de enunciação. Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 39, n. 4, p. 33-43, dez. 2004.

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